sábado, 21 de janeiro de 2012

Movimento feminista no Fórum Social Mundial 2012: Trabalho das Mulheres e Justiça Socioambiental


Durante o FSM (24-29 Jan), redes feministas irão debater a incidência na Cúpula dos Povos, que ocorrerá paralelamente à Rio + 20.

Carmen Silva / SOS Corpo

Trabalho das Mulheres e Justiça Socioambiental. A partir deste tema o movimento feminista estará realizando no Fórum Social Mundial temático em Porto Alegre, de 24 a 29 de janeiro, uma atividade de articulação de redes e organizações de mulheres para promover incidência política do movimento na Cúpula dos Povos, que ocorrerá em meados do ano, no âmbito da Rio + 20.
A Iniciativa tem à frente a AMB - Articulação de Mulheres Brasileiras, e está sendo puxada pelo SOS Corpo, Cfemea, Coletivo Leila Diniz e Cunhã. A AFM - Articulação Feminista Marcosur, uma das redes que desde o início atua na construção do Fórum Social Mundial, também é promotora desta articulação. O debate que as feministas estão levando para o Fórum, e para a Rio + 20, se propõe a enfrentar o mito da neutralidade da crise ambiental, demonstrando como ela impacta, de forma avassaladora, a vida cotidiana das mulheres e da população negra submetidas às condições de pobreza.
 
Estamos vivendo, hoje, no mundo de diferentes crises: climática, de alimentos, energética, financeira... O forte no debate do momento é a crise ambiental, que coloca em risco a sustentabilidade da vida no planeta. É, ao mesmo tempo, uma crise do padrão de acumulação capitalista, ou seja, o modelo de desenvolvimento adotado pelos Estados-Nação e pelas empresas capitalistas. Ele é produtor da crise e ao mesmo tempo um produto dela. Embora tudo isso esteja acontecendo de fato, penso que estamos vivendo uma crise civilizatória. O que está em cheque não é apenas o meio ambiente ou a acumulação capitalista, mas todo o modo de produção, consumo e organização da vida social ao qual estamos submetidas.
 
O modelo de civilização que predomina é o baseado na exploração dos seres humanos e da natureza. A riqueza é apropriada por poucos e se constrói por meio do trabalho e da exploração de muitos, e da apropriação da natureza, sem limites. Este formato é ‘naturalizado’ por processos ideológicos e está diretamente ligado às formas de dominação próprias do sistema patriarcal - sistema de dominação dos homens sobre as mulheres, e do racismo - que confere valor e poder às pessoas brancas e oriundas de países centrais deste modo de desenvolvimento capitalista, em prejuízo às pessoas dos países que foram colonizados, de etnias originárias destes países, ou que são negras, afrodescendentes.
 
Embora vivamos uma crise civilizatória que diz respeito à toda humanidade, o fato de vivermos num sistema capitalista, patriarcal e racista, faz com que os efeitos não nos atinjam a todos/as com a mesma intensidade. As mulheres, as pessoas negras, indígenas e outros grupos étnicos dominados são atingidos de forma distinta dada a sua situação nas relações de poder na sociedade e as realidades socioeconômicas, territoriais e culturais que vivenciam. Vendo por este ângulo, falar em racismo ambiental significa que as populações negras e indígenas são aquelas mais fortemente atingidas pela degradação ambiental e sofrem as maiores consequências da crise climática.
 
Nossa crítica feminista, na AMB, tem tomado como referência as ideias sobre patriarcado, as nossas lutas contra os projetos de desenvolvimento e suas conseqüências sobre as mulheres e as nossas experiências com relação às mulheres quilombolas, indígenas e de outras populações tradicionais. O patriarcado, como sistema de dominação dos homens sobre as mulheres em todos os âmbitos da vida, é anterior ao capitalismo e a colonização da América Latina, mas se fortalece com esta forma civilizatória dominante. A crítica feminista a este modo de organização social toma como referência a exploração e a dominação das mulheres perpetuadas pelo sistema patriarcal-racista-capitalista. Também consideramos relevante resgatar que nós, mulheres, individualmente e como sujeitos políticos coletivos, resistimos e lutamos contra este sistema.
 
No Brasil, o patriarcado e o capitalismo estão completamente articulados desde a ocupação do território pelos portugueses. Ambos se estabeleceram a partir da dominação étnica-racial. Este(s) sistema(s) se retroalimentam, no domínio econômico e político do território, da natureza, dos povos escravizados e/ou dizimados, e em especial, das mulheres. O domínio e exploração da natureza se articulam diretamente com o domínio da força de trabalho humana escravizada, e com a sobre-exploração das mulheres. Para além da exploração econômica, este(s) sistema(s) constitui uma profunda força ideológica de negação da população racializada, seu corpo e seu ser, como humanidade, e gera as condições para a manutenção do racismo na formação social brasileira.
 
A consequência disso é que hoje somos nós, mulheres, que vivemos as piores condições de exploração, incluindo nossos corpos para fins sexuais, nos territórios de implantação de grandes projetos econômicos. São as mulheres negras, pobres e encarregadas das famílias que vivem nos territórios urbanos submetidos às piores condições ambientais; são as mulheres indígenas, quilombolas e trabalhadoras, que têm menos poder nas organizações políticas e nos processos de negociação com o Estado brasileiro para fins de garantias de direitos e de seu território.
 
Ainda hoje continuamos sendo colonizadas, nossos corpos, nosso tempo, nossa força de trabalho... Por isso, queremos dialogar sobre nossas vidas, nossas lutas, o mundo que queremos viver e o que nós mulheres feministas, indígenas e não indígenas, podemos e queremos fazer juntas, para transformar o mundos e as nossas vidas. 
 27 de janeiro de 2012 
09h00
TRABALHO DAS MULHERES E JUSTIÇA SOCIOAMBIENTAL
AMB (Articulação das Mulheres Brasileiras) / AFM (Articulación Feminista Marcosur)
Porto Alegre
Casa de Cultura Mário Quintana
Enviado por Nilde Sousa - Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB)/Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense (FMAP)

Produção orgânica é mais lucrativa


Agricultura ecológica pode render ganhos 25% superiores em relação à convencional.
Celso Martins
Quando ninguém ainda falava em agricultura orgânica, praticada sem uso de agrotóxicos, Odilon Francisco Alves já estava no ramo, usando técnicas e procedimentos que recebeu de herança de seus antepassados. Com 61 anos de idade, residente em Ratones, ele começou na atividade em 1971, quando adubos e defensivos químicos não eram fornecidos em larga escala como acontece atualmente.

"Eu uso 30% de esterco de pinto e 70% de esterco de gado. Tem que fazer essa mistura, pois o mais forte é o do pinto, que não pode ser usado sozinho, pois queima as plantas", ensina Odilon, que se acorda todos os dias por volta das 6 horas, trata as cerca de 30 cabeças de gado que possui e vai para a plantação de legumes e verduras junto com a esposa e um cunhado. "Dá para o gasto", garante, não tendo "nada do que reclamar".


Odilon é um dos muitos produtores orgânicos da região metropolitana da Florianópolis, cuja atividade possibilita um valor agregado 25% maior do que na agricultura convencional. A informação está num estudo que acaba de ser divulgado pelo Instituto Cepa, órgão da Secretaria Estadual de Agricultura - "A agricultura orgânica na região da Grande Florianópolis - Indicadores de desenvolvimento", elaborado com recursos do Fundo Rotativo de Estímulo à Pesquisa Agropecuária (Fepa).


Nascido na praia do Forte, onde se tornou pescador aos 8 anos de idade, Odilon casou em 1971, ano em que foi residir em Ratones, iniciando a horticultura orgânica. É ele quem produz parte dos alimentos que chegam às mesas dos consumidores de Florianópolis: rúcula, chicória, alface, radicci, espinafre, couve, cebola verde e salsa, entre outros produtos. 


Ele trabalha numa área de aproximadamente 34 mil metros quadrados, pouco mais de três hectares, repleta de canteiros cobertos com plásticos furados por onde saem as plantas. "Se não colocar essa cobertura a gente não dá conta de tirar o mato que cresce. A terra é boa e bem adubada, então tudo cresce muito bem aqui", explica. "Dá muito trabalho cuidar disso tudo, mas compensa, pois o pessoal hoje em dia prefere o que é plantado sem veneno", acrescenta.

Enviado por Associação Ipê

Desenvolvimento Agrário pode ter mulher como titular

Desenvolvimento Agrário pode ter mulher como titular

As mulheres dizem não ao capitalismo verde


A Sempreviva Organização Feminista publicou um jornal em que apresenta sua posição em relação a alguns temas da Rio+20 – como economia verde, mercantilização da vida e dos territórios e justiça climática. Na publicação, datada de dezembro de 2011, a organização afirma que o conceito de economia verde reflete uma lógica de “mercantilização da vida e da natureza, em função dos lucros e do capital” e propõe a prática da economia da perspectiva feminista, que também faz parte da visão da Cúpula dos Povos na Rio+20.
Veja aqui o jornal da Sempreviva Organização Feminista. 

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

agrotóxicos neonicotinóides: A Bayer continua matando abelhas em todo o planeta | Portal EcoDebate



Enquanto a companhia alemã Bayer continuar fabricando e vendendo agrotóxicos neonicotinóides, populações de abelhas no mundo todo serão mortas.
A reportagem é publicada pelo sítio Pratos Limpos, 23-12-2012.
É responsabilidade da Bayer o fenômeno conhecido como transtorno do colapso de colônias (CCD) – problema da mortalidade de colônias de abelhas – e está inserido entre os casos que serão apresentados de 3 a 6 de dezembro, no Tribunal Permanente dos Povos (TPP), em Bangalore (Índia) durante a sessão que processará as seis maiores multinacionais agroquímicas por violações dos direitos humanos.
“A morte das abelhas é um problema global e é fundamental discutir este tema e encontrar soluções internacionalmente. É um bom sinal que o TPP, como uma iniciativa global, aborde este tema, que é um problema ambiental e uma ameaça econômica”, disse Philipp Mimkes, porta-voz da Coalizão contra os perigos da Bayer, um grupo com sede na Alemanha.
Mimkes revelou que os imidaclopride (Gaucho) e clotianidina (Poncho) são os pesticidas mais vendidos da Bayer, apesar destes produtos, conhecidos como neonicotinóides, estarem ligados à morte de colônias de abelhas.
Em 2010, as vendas do Gaucho alcançaram a cifra de US$ 820 milhões e do Pancho US$ 260 milhões. Gaucho ocupa o primeiro lugar entre os agrotóxicos vendidos pela Bayer, enquanto o Pancho está em sétimo lugar. “Esta é a razão da Bayer, apesar dos graves prejuízos ambientais, lutar com unhas e dentes contra qualquer proibição na aplicação dos neonicotinóides”, afirma Mimkes.
Na Europa, em vários países o uso dos neonicotinóides foram proibidos. Na Alemanha, Itália, França e Eslovênia o Gaucho foi proibido no tratamento das sementes de milho, que é sua principal aplicação. No entanto, sua utilização é livre em vários países, incluindo os EUA, onde desde 2006, um terço da população de abelha já morreu.
As abelhas polinizam mais de 70, entre 100, culturas que fornecem 90% de alimentos do mundo. Entre frutas e vegetais, estão, por exemplo, as maçãs, laranjas, morangos, cebolas e cenouras. O declínio na população de abelhas tem efeitos devastadores para a segurança alimentar e é meio de subsistência dos agricultores. Além disso, pode afetar o valor nutricional e a variedade de nossos alimentos.

Diminuição das populações de abelhas
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agrotóxicos neonicotinóides: A Bayer continua matando abelhas em todo o planeta | Portal EcoDebate

sábado, 14 de janeiro de 2012

Sônia Correa: Em nome do “maternalismo”, toda invasão de privacidade é permitida

Sônia Correa: Em nome do “maternalismo”, toda invasão de privacidade é permitida

Articulação de Mulheres Brasileiras denuncia retrocessos na política para as mulheres e exige revogação da MP 557

  
NOTA PÚBLICA pela imediata revogação da Medida Provisória nº 557 e em defesa da Maternidade Livre e da Autonomia das Mulheres e da Política de Atenção Integral à Saúde das Mulheres
Vimos a público expressar nossa indignação e repúdio ao conteúdo da Medida Provisória nº 557, assinada em 26/12/11 pela presidente Dilma Roussef e pelos ministros Alexandre Padilha, Guido Mantega e Miriam Belchior, tendo sido publicada no Diário Oficial da União no dia seguinte. Com essa Medida, o governo federal cria um cadastro nacional obrigatório para toda mulher gestante e puérpera (mulheres que pariram recentemente), sob a falsa justificativa de prevenir a morte materna no país.
Consideramos que a mortalidade materna é um problema crucial, e que demanda mais recursos, mais médicos, mais informação, mais tratamento especializado. O controle e a vigilância precisam ser feitos sobre os serviços de saúde e não sobre as mulheres.
·         A Medida Provisória 557 atenta contra a democracia. Todas/os sabemos que medidas provisórias, por não permitirem resoluções construídas democraticamente, deveriam ser usadas exclusivamente para questões de justificada urgência. O que não é o caso.
·         A MP 557 foi editada no período de recesso do Congresso Nacional e sem debate com organizações da sociedade civil que, há décadas, têm contribuído para a formulação de políticas públicas no campo da saúde da mulher.
·         A voz das mulheres comprometidas nesse debate durante o Governo Dilma está sendo desconsiderada por esta Medida, assim como têm sido desconsideradas todas as críticas consistentes que organizações do movimento feminista brasileiro têm elaborado e expressado sobre a “Rede Cegonha”.
·         A implementação dessa rede se faz à revelia e em detrimento da Política de Assistência Integral à Saúde da Mulher, esta sim a política de saúde que queremos para as mulheres brasileiras: a que poderá assegurar saúde, dignidade e autonomia para nós, mulheres.
·         O conteúdo da MP fere a Constituição Federal por introduzir na legislação a figura jurídica do nascituro, que não tem condição de existência como indivíduo autônomo.
·         Neste sentido, a edição da Medida é uma vergonha para o nosso país. Anos atrás, o Brasil foi liderança entre os países latino-americanos, com posições progressistas em favor dos direitos das mulheres. A atual política do governo federal coloca o Brasil entre os governos que abandonam a perspectiva dos direitos humanos e direitos reprodutivos para as mulheres.
·         É imperativo destacar que o Estado brasileiro sofreu condenação internacional, recentemente, pelo Comitê para a Eliminação da Discriminação contra a Mulher (Cedaw) no caso da brasileira Alyne da Silva Pimentel, por ter violado suas obrigações em relação ao acesso à saúde, num caso de morte materna perfeitamente evitável.
·         Exigimos do Governo Federal o respeito às deliberações de Conferências Nacionais de Políticas Públicas e aos processos de participação social que estas propiciam, por convocação do próprio Governo Federal. E também aos Tratados Internacionais assinados pelo Estado brasileiro, com os quais os governos se comprometem a garantir o acesso das mulheres brasileiras aos direitos reprodutivos e aos direitos sexuais.
·         A MP viola os direitos humanos e atenta contra a autonomia das mulheres ao criar um novo cadastro obrigatório para o atendimento durante o pré-natal. O próprio Ministério da Saúde reconhece que toda gestante que vai a uma unidade de saúde do SUS já faz um cadastro. Deste modo, a MP tem um caráter discriminatório: a mulher grávida que não fizer o novo cadastro não terá acesso ao serviço de saúde, nem ao benefício de R$ 50,00 introduzido pela MP. Da forma como está sendo implantado, o benefício atenta contra a dignidade das mulheres, tem um caráter controlador, reduzindo-nos à ideia de uma incubadora.
·         O atendimento na rede pública de saúde para nós mulheres precisa considerar mais amplamente nossos direitos. E no que diz respeito ao acompanhamento daquelas que são atendidas nos hospitais privados, cabe ao Ministério da Saúde viabilizar, por meio de Portaria ou outro instrumento, as condições para o controle, vigilância e acompanhamento das gravidezes de risco.
·         A MP desconhece o aborto como uma das principais causas da mortalidade materna no Brasil. E o fato de que a III Conferência Nacional de Políticas para Mulheres posicionou-se, por ampla maioria das delegadas presentes, pela revisão da legislação punitiva do aborto no Brasil, com atenção às mulheres na rede SUS. A CNPM aprovou a não-criminalização, discriminação ou quaisquer maus tratos às mulheres que realizarem abortos.
A MP 557 será ineficaz para proteger a vida das mulheres, mas cria as condições para oficializar a gravidez forçada como política do Estado brasileiro.
A Medida se mostra completamente descabida ao desconsiderar ações já previstas, desde 2001, quando na conclusão do relatório da CPI da mortalidade materna ficou estabelecido um conjunto de recomendações para sua prevenção e redução.
Para que a gravidez de risco seja diagnosticada e para que mortes maternas sejam evitadas é preciso investimento em serviços de saúde, profissionais qualificados, leitos e equipamentos adequados. Atualmente, assistimos inúmeras unidades de saúde sem condições para isso pela insuficiência de investimentos na saúde, especialmente no SUS, por problemas de gestão ou por uso ilícito dos recursos públicos.
Neste momento, a MP 557 está tramitando no Congresso Nacional e a Portaria nº 68 do Ministério da Saúde, de 11/01/12, não altera a Medida. Faz apenas desdobramentos para sua aplicação.
Por tudo o que apresentamos, exigimos:
·         A revogação da MP 557 e, por consequência, a revogação da citada Portaria.
·         A retomada e o fortalecimento da Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher, com reafirmação do compromisso do atual governo federal com os direitos reprodutivos das mulheres.
·         A revisão da legislação punitiva do aborto (descriminalização), o compromisso do Governo brasileiro com a legalização, garantindo a autodeterminação reprodutiva das mulheres.

Articulação de Mulheres Brasileiras- AMB, 13 de janeiro de 2012

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

No Conexão Futura: Oficina no nordeste paraense de difusão agroecológica

PA: Gênero e agroecologia em oficina de metodologia participativa

Conferência de Raquel Rigotto e outros textos de interesse na “Pegada Eletrônica”


Por racismoambiental, 13/01/2012 09:26

A conferência feita por Raquel Rigotto no Congresso de Agroecologia 2011 está publicada na revista Pegada Eletrônica, do Centro de Estudos de Geografia do Trabalho da Unesp. O texto tem por título “Os conflitos entre o agronegócio e os direitos das populações: o papel do campo científico”.  Como a forma em que está publicado em PDF torna impossível sua publicação neste Blog, e como há outros artigos que certamente também serão de interesse de muitos leitores, opto por postar o índice Vol.12, n.1 (2011) da revista, com os links para que os textos possam ser baixados. TP.
APRESENTAÇÃO –  PDF
CONFERÊNCIA: OS CONFLITOS ENTRE O AGRONEGÓCIO E OS DIREITOS DAS POPULAÇÕES: O PAPEL DO CAMPO CIENTÍFICO, por Raquel Maria Rigotto - RESUMO PDF
ARTIGOS:
  • AGRAVOS À SAÚDE DOS TRABALHADORES NO BRASIL: ALGUNS NÓS CRÍTICOS, por Edvânia Angela de Souza Lourenço - RESUMO PDF
  • ANOTAÇÕES SOBRE A AUTO-ORGANIZAÇÃO DAS MULHERES: O EXEMPLO DA VIA CAMPESINA NO BRASIL E DO MST, por Claúdia Mazzei Nogueira - RESUMO PDF
  • TRABALHADORES PÚBLICOS E SINDICALISMO NO BRASIL: O CASO DOS TRABALHADORES PÚBLICOS DO JUDICIÁRIO BRASILEIRO, por Giovanni Alves, Thayse Palmela - RESUMO PDF
  • A ENGENHARIA DA COOPTAÇÃO E OS SINDICATOS, por Ricardo Antunes - RESUMO PDF
  • A DINÂMICA TERRITORIAL DO SETOR AGROINDUSTRIAL CANAVIEIRO EM MUNICÍPIOS SUL-MATO-GROSSENSES, por Alex Torres Domingues, Antonio Thomaz Júnior - RESUMO PDF
  • EXPLORAÇÃO E ALIENAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO: OS TRABALHADORES DA CANA-DE-AÇÚCAR MOBILIZADOS PELAS UNIDADES DE PRODUÇÃO DE CIDADE GAÚCHA E RONDON-PR, por Vitor Hugo Ribeiro, Márcio Mendes Rocha - RESUMO PDF
  • O MUNDO DO TRABALHO E AS TRANSFORMAÇÕES TERRITORIAIS: OS LIMITES DA ‘LEITURA’ GEOGRÁFICA, por Antonio Thomaz Jr. - RESUMO PDF
Aproveitando, posto também o índice do Vol.12, n.2 (2011), igualmente interessante:

ARTIGOS

  • A USINA HIDRELÉTRICA DE TIJUCO ALTO (VALE DO RIBEIRA) NO CONTEXTO DOS CONFLITOS GERADOS PELA CONSTRUÇÃO DE BARRAGENS, por Laura dos Santos Rougemont, Jorge Ramon Montenegro Gómez - RESUMO PDF
  • A DEGRADAÇÃO DO TRABALHO NO “COMPLEXO HIDRELÉTRICO MADEIRA”: APONTAMENTOS SOBRE A UHE DE JIRAU, por José Alves, Antonio Thomaz Júnior - RESUMO PDF
  • A LUTA PELA TERRA ENTRE A CIDADE E O CAMPO UM OLHAR SOBRE PRESIDENTE PRUDENTE, por João Vitor Ramos da Silva - RESUMO PDF
  • SONHO DE GARIMPEIRO É DIAMANTE NO PICUÁ: TERRITÓRIO E TRABALHO NOS GARIMPOS DE DIAMANTES EM COROMANDEL/MG, por Ricardo Junior de Assis Fernandes Gonçalves, Marcelo Rodrigues Mendonça - RESUMO PDF
  • AS FACES DO PLANEJAMENTO URBANO,  por Dayana Aparecida Marques de Oliveira Cruz - RESUMO PDF
  • A LUTA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS DO CAMPO NA AMÉRICA LATINA PELO ACESSO À EDUCAÇÃO: UMA QUESTÃO DE AUTONOMIA, por Alexandre Peixoto Faria Nogueira - RESUMO PDF
  • PROCESSO DE GESTÃO SOCIAL NA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL DO TERRITÓRIO DA CIDADANIA PARANÁ CENTRO: EMANCIPAR OU LEGITIMAR?, por Jorge Luis Favaro, Jorge Ramon Montenegro Gómez - RESUMO PDF
  • UMA ANÁLISE DAS RELAÇÕES DE GÊNERO E CLASSE O PAPEL DIFERENCIADO DO SINDICALISMO RURAL EM ALAGOA GRANDE – PB, por Emmy Lyra Duarte - RESUMO PDF
  • A RELAÇÃO CAPITAL X TRABALHO E OS LIMITES DO SINDICALISMO NA AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA DA MICRORREGIÃO GEOGRÁFICA DE PRESIDENTE PRUDENTE – SP, por Joelma Cristina dos Santos - RESUMO PDF
  • A EXPANSÃO COMERCIAL EM SALTO DEL GUAIRÁ – PARAGUAI: CONDIÇÕES DE TRABALHO DOS BRASILEIROS, por Teresa Itsumi Masuzaki, Marcelo Dornelis Carvalhal -  RESUMO PDF

Gênero, Segurança Alimentar e Agroecologia

O que as mulheres têm a ver com o combate à insegurança alimentar? Muita coisa, na visão da socióloga Telma Castello Branco. Seu livro Gênero, Segurança Alimentar e Agroecologia no Semiárido Nordestino trabalha a questão do gênero na SAN dessa região.

O livro está disponível para baixar na Biblioteca Virtual da Plataforma RedeSAN

ou no site : http://www4.planalto.gov.br/consea/noticias/imagens-1/genero-seguranca-alimentar-e-agroecologia-no-semiarido-nordestino

Portal de Agroecologia da Amazônia: Revista Veja sai em defesa dos agrotóxicos

Portal de Agroecologia da Amazônia: Revista Veja sai em defesa dos agrotóxicos: Car@s Amig@s A revista Veja da última semana publicou uma matéria buscando " esclarecer " os brasileiros sobre os...

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

BrazilFoundation 10 Anos MMNEPA - Rita Teixeira

Desenvolvimento Local Sustentável através das Mulheres Trabalhadoras Rurais

Agroecologistas da Amazônia!!!! MMNEPA vai realizar a Segunda Oficina de Difusão da Agroecologia!!!!

O Movimento de Mulheres do Nordeste Paraense (MMNEPA) vai realizar a 2ª Oficina de Metodologia Participativa Camponês(a)-Camponês(a): difusão de conhecimentos agroecológicos na produção, beneficiamento e comercialização sustentável na Amazônia, com enfoque de gênero.
objetivo principal da oficina é fortalecer as Redes de Agroecologia na Amazônia e contribuir para a disseminação de práticas agroecológicas, fortalecendo agricultoras e agricultores familiares em processos sustentáveis de produção, beneficiamento e comercialização de seus produtos agroextrativistas.
Participarão representantes de redes de agroecologia de vários estados da Amazônia, agricultores\as familiares, extrativistas, quilombolas, técnicos, assessores\as, articuladores\as que participaram da primeira capacitação que aconteceu em 2011 em Santa Maria do Pará.
Nossa oficina será em OURÉM, Nordeste Paraense, de 18 a 20 de janeiro de 2012.
Mais informações: 91-3462 1818
#Esta oficina faz parte das atividades do Projeto Mulheres do Campo, coordenado pela Pão para o Mundo, uma parceria entre MMNEPA e APACC. Vai ser ministrada por um assessor do PIDAASA - Programa de Intercâmbio, Diálogo e Assessoria em Agricultura Sustentável e Segurança Alimentar na América Latina e Caribehttp://www.pidaassa.org/


Fotos da Oficina de abril de 2011:
Experimentando nossas riquezas, uma jaca bem madura...
Participantes do CaC em Santa Maria do Pará, abril de 2011


A turma no sitio de D. Lizete em Santa Maria do Pará





segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Como Crianças Reagem a Um Prato Vazio/Cheio

ONU declara 2014 Ano Internacional da Agricultura Familiar

Quintais agroecologicos - mulheres do nordeste paraense - Arquivo MMNEPA


A agricultura familiar foi eleita tema do ano 2014 pelos 193 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU). Durante reunião realizada em dezembro, a Assembleia Geral da ONU declarou 2014 o Ano Internacional da Agricultura Familiar. A declaração inédita para o setor é resultado do reconhecimento do papel fundamental que esse sistema agropecuário sustentável desempenha para o alcance da segurança alimentar no planeta.
“Com esta decisão, a ONU reconhece a importância estratégica da agricultura familiar para a inclusão produtiva e para a segurança alimentar em todo o mundo – num momento em que este organismo vem manifestando sua preocupação para com o crescimento populacional, a alta dos preços dos alimentos e o problema da fome em vários países”, analisa o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence.
A declaração é considerada uma vitória das 350 organizações de 60 países ligadas à agricultura familiar que apoiaram uma campanha iniciada em fevereiro de 2008 em favor dessa decisão, na qual o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) teve papel importante. É considerada também êxito da atuação da Coordenação de Produtores da Agricultura Familiar do Mercosul (Coprofam) da qual participa a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), ambas com atuação na Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar do Mercosul (Reaf).
“Foi uma vitória importante do ponto de vista político para fortalecer a agricultura familiar em todo o mundo. A Contag esteve mais de dois anos empenhada nessa campanha. Essas 350 organizações se uniram para sensibilizar governos a fim de que ela fosse reconhecida como instrumento de erradicação da fome de mais de um bilhão de pessoas, a estabelecer um tipo de agricultura que mantenha gente no campo e a fortalecer o sistema de agricultura familiar”, afirmou o presidente da Contag, Alberto Broch.
Florence salienta que a agricultura familiar – a qual no Brasil produz 70% dos alimentos consumidos pela população -, já é prioridade da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), e que a própria eleição do brasileiro José Graziano para a direção geral da organização foi um dos sintomas dessa nova atitude. “Graziano coordenou a elaboração e foi o responsável pela implantação do programa brasileiro Fome Zero, que assegurou a alimentação regular de milhares de brasileiros que estavam em situação de fome.
O ministro lembra que o governo brasileiro, por meio do MDA, tem impulsionado o setor da agricultura familiar por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que fechou 2011 com uma carteira de crédito ativa de R$ 30 bilhões, mais de 3,2 milhões de contratos ativos e com inovações importantes para a melhoria da qualidade de vida e geração de renda do segmento, como o Programa de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). “Aperfeiçoar o crédito, a assistência técnica, o apoio à comercialização e as políticas públicas construídas ao longo dos últimos anos e aprimoradas em 2011 são nossos objetivos para 2012”, disse o ministro.
Em artigo recente publicado em jornal de grande circulação, o diretor-geral recém empossado da FAO, José Graziano, afirmou que “a agricultura familiar, considerada por muitos um passivo, na verdade é um ativo estratégico dessa travessia. Ela aglutina a carência e o potencial de milhares de comunidades em que se concentram os segmentos mais frágeis da população. Qualquer ganho na brecha de produtividade aí ampliará substancialmente a disponibilidade de comida na mesa dos mais pobres e de toda a sociedade, reduzindo a dependência em relação a alimentos importados e protegendo a economia da volatilidade das cotações internacionais”.
Na avaliação do chefe da Assessoria para Assuntos Internacionais e de Promoção Comercial do MDA, Francesco Pierri, trata-se de uma declaração importante porque fortalece o modelo da agricultura familiar perante as instituições multilaterais e a comunidade internacional. “Não é uma proclamação vinculante, porém, ela é forte. Basta ver a atenção às comunidades afrodescendentes que ocorreu em 2011 e, em 2012, será o Ano Internacional das Cooperativas, ou seja, esperamos que ocorram avanços nesse setor”, disse Pierri. Segundo ele, “a expectativa no MDA é que com essa declaração, também os blocos regionais passem a se ocupar da agricultura familiar de forma conjunta, tais como o faz o Mercosul por meio da Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar (Reaf)”, observa.
De acordo com dados de 2007 do Banco Mundial, “atualmente há três milhões de pessoas que vivem em zonas rurais cuja maioria se dedica à agricultura ou à pecuária familiar e tem essa produção como principal meio de subsistência, porém têm acesso limitado à terra e a outros recursos financeiros e tecnológicos necessários para fazer da agricultura familiar uma empresa viável”.
O documento final da Conferência Mundial de Agricultura Familiar, realizadas em outubro do ano passado, intitulado “Alimentar o mundo, cuidar do planeta”, dá conta de que atualmente há 1,5 milhão de agricultores familiares trabalhando em 404 milhões de unidades rurais de menos de dois hectares; 410 milhões cultivando em colheitas ocultas nos bosques e savanas; entre 100 e 200 milhões dedicados ao pastoreio;  100 milhões de pescadores artesanais; 370 milhões pertencem a comunidades indígenas.
Além de mais 800 milhões de pessoas que cultivam hortas urbanas. No Brasil, segundo o Censo Agropecuário de 2006, entre 1996 e 2006, havia 13,7 milhões de pessoas ocupadas na agricultura familiar.
A agricultura familiar no Brasil
A agricultura familiar é hoje responsável por 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros. De acordo com o Censo Agropecuário de 2006 – o mais recente feito no país -, são fornecidos pela agricultura familiar os principais alimentos consumidos pela população brasileira: 87% da produção nacional de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho, 38,0% do café, 34% do arroz, 58% do leite, possuíam 59% do plantel de suínos, 50% do plantel de aves, 30% dos bovinos, e produziam 21% do trigo.
No Censo Agropecuário de 2006 foram identificados 4,3 milhões de estabelecimentos de agricultores familiares, o que representa 84,4% dos estabelecimentos agropecuários brasileiros. Este segmento produtivo responde por 10% do Produto Interno Bruto (PIB), 38% do Valor Bruto da Produção Agropecuária e 74,4% da ocupação de pessoal no meio rural (12,3 milhões de pessoas).
Pela lei brasileira (11.321/2006) que trata da agricultura familiar, o agricultor familiar está definido como aquele que pratica atividades ou empreendimentos no meio rural, em área de até quatro módulos fiscais, utilizando predominantemente mão-de-obra da própria família em suas atividades econômicas. A lei abrange também silvicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores.
http://www.jornaldiadia.com.br/jdd/index.php/campo-e-agronegocios/83449-onu-declara-2014-ano-internacional-da-agricultura-familiar

Projeto de lei propõe tornar crime hediondo a venda ilegal de agrotóxico

Iara Farias Borges,  Agência Senado
Projeto de lei que considera como crime hediondo a venda ilegal de agrotóxicos aguarda designação de relator na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). A proposta, de autoria do senador Humberto Costa (PT-PE), prevê pena de reclusão de três a seis anos e multa para os infratores.
Para isso, o Projeto de Lei do Senado (PLS 438/2011) inclui o artigo 14-A na lei que trata dos procedimentos relacionados a agrotóxicos (Lei 7.802/1989) para caracterizar criminoso o ato de produzir, exportar, importar, vender, expor à venda ou ter em depósito agrotóxico sem prévio registro junto aos órgãos competentes.
A proposta também criminaliza a inobservância do disposto no art. 7º da Lei de Agrotóxicos, que exige rótulos e bulas com identificação que contenham o nome do produto, o princípio ativo dos ingredientes, endereço do fabricante e importador, o número de registro do produto, instruções de utilização e as datas de fabricação e de validade.
Além disso, também ficará sujeito à pena de três a seis anos e multa quem falsificar, misturar, diluir ou alterar a composição original do agrotóxico, sem autorização dos órgãos competentes, e o comerciante que oferecer agrotóxico para uso diverso do previsto em seu registro.
Depois de votada na CAS, o projeto de lei ainda será examinado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), na qual receberá decisão terminativa.
http://www.ecodebate.com.br/2012/01/09/projeto-de-lei-propoe-tornar-crime-hediondo-a-venda-ilegal-de-agrotoxico/

Exclusivo: disputa por territórios entre fazendeiros e índios vira guerra no MS, na verdade é massacre!!!!

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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Contato com a natureza ‘faz o cérebro funcionar melhor’



Postado por Karina 



Do site de notícias Terra:

Cientistas americanos afirmam que o contato com a natureza aumenta os níveis de concentração e a memória. Apenas uma hora caminhando pelo campo já seria suficiente para melhorar o desempenho do cérebro em 20% – caminhar por ruas movimentadas de uma cidade, por outro lado, não tem nenhum efeito benéfico sobre o cérebro. As informações são do jornal britânico Telegraph.
Os pesquisadores da Universidade de Michigan concluíram que o contato com a natureza é revigorante porque permite que as pessoas “se desliguem”, enquanto o ambiente urbano exige atenção constante dos pedestres.
Marc Berman, um dos cientistas envolvidos no estudo, sugere que o contato com a natureza, seja passando alguns dias no campo ou apenas caminhando em um parque, pode ajudar a curar a fadiga mental. Ele afirma que os resultados da pesquisa não são subjetivos, e que os efeitos sobre a memória e a atenção são reais, de acordo com o Telegraph.
A pesquisa, publicada na revista Psychological Science, também aponta melhoras na memória e atenção de pessoas depois de elas simplesmente olharem fotografias de natureza.
Uso de cobertura morta no solo, grupo de mulheres do MMNEPA


"Por um Mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres" 
Rosa Luxemburgo
Veja o vídeo abaixo!!!!